Geotecnologias têm aplicação desde o manejo da floresta a projetos de REDD

As tecnologias de informações geográficas são uma novidade do mundo digital, dessas que mudam definitivamente a forma que o trabalho acontece. As longas caminhadas com o teodolito por sítios e fazendas para colher dados topográficos foram ultrapassadas pelo GPS (sigla em inglês para Sistema de Posicionamento Global). Atualmente a tomada de dados in loco vem sendo substituída pela leitura georreferenciada de imagens de satélites.

A tecnologia foi apresentada como ferramenta para o planejamento e manejo madeireiro durante o Fórum Floresta Sustentável, realizado nesta semana, em Alta Floresta. Representantes do Simenorte (Sindicado dos Madeireiros do Extremo Norte de Mato Grosso), professores e estudantes da Unemat (Universidade do Estado de Mato Grosso) conheceram algumas aplicações dos softwares. Ricardo Abad, do ICV (Instituto Centro de Vida), conta que a evolução das ferramentas e das bases de dados aumentaram muito a possibilidade de análise dos mapas. A tendência é que mais satélites disponibilizem imagens, ampliando também as possibilidades de análise. As imagens georreferenciadas são a fonte de dados sobre desmatamento e queimadas na Amazônia, têm sido usadas para dimensionar áreas de plantio, avaliar degradação de matas ciliares e encontrar desmatamento ilegal.

Para projetos de REDD (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal) os softwares geotecnológicos são indispensáveis. As imagens de satélite são a melhor forma de garantir a um comprador de carbono que a floresta em que ele investiu está lá, cumprindo o papel dela. O REDD foi criado para compensar, financeiramente, quem se comprometer a proteger as florestas, ou seja, pagar para manter a floresta em pé. As discussões sobre o tema incluem como esse mecanismo será empregado (se no mercado de carbono ou de forma voluntária, por exemplo) e quem serão os beneficiados com os recursos (as populações que vivem na floresta, os donos da terra, o governo do país, etc.). O que se pretende com o REDD é evitar as emissões de gases de efeito estufa, decorrentes do desmatamento.
Neste contexto, os mecanismos de crédito de carbono florestal foram apresentados em palestra, durante o fórum, onde estudantes de engenharia florestal buscaram entender como suas pesquisas e trabalhos inserem-se nas possibilidades de aplicação de REDD. Para João Andrade, do ICV, “foi um momento de apresentação do tema para gente do setor madeireiro, mas de provocação de perguntas essenciais para a apropriação do tema”.

Mais informações no site: www.forumfloresta.com.br.
Augusto Pereira / Estação Vida

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