Ministra Sonia Guajajara reforça demarcação como política de mitigação climática na COParente em MT

Evento preparatório da COP foi realizado na TI Portal do Encantando, do povo Chiquitano.

Por Helena Corezomaé / OPAN

Por favor, ajudem a gente a demarcar o nosso território”, disse o cacique da Aldeia Nautukirsc Psiorsch, Vitor Ronaldo Gomes da Rocha, na abertura da COParente, realizada na Terra Indígena Portal do Encantado, em Mato Grosso, nesta terça-feira (30).

O evento ocorreu no território que é a principal luta do povo Chiquitano, que há mais de 20 anos busca a demarcação.

O coordenador-regional da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Benedito Garcia, esteve no evento e informou que foi publicada a autorização para contratação da empresa que fará a demarcação física do território Chiquitano, a penúltima fase do processo.

Mesa da COParente. Foto: Helena Corezomaé / OPAN

A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, também participou do encontro e enfatizou a demarcação de territórios como a principal demanda de sua pasta e uma medida urgente de mitigação das mudanças climáticas. “Terminando a demarcação física do território Chiquitano, o processo chega na minha mão e envio imediatamente para o Palácio do Planalto, para o presidente Lula assinar. Quando chegar pra mim podem ter certeza que vou acelerar o processo. Estou acompanhando e estamos lá para avançar o quanto puder. Podem contar com a gente, que esse compromisso é nosso”.

A ministra também abordou as ações de desintrusão, citando a operação permanente na TI Sararé, uma das mais invadidas e desmatadas do país, e o acompanhamento da situação na TI Urubu Branco, do povo Tapirapé. Essas ações, segundo ela, são cruciais para a segurança dos territórios e fazem parte das demandas que precisam ser levadas à Conferência do Clima.

Quando falamos da COP temos que falar disso também, da nossa real demanda, tanto estrutural, como de segurança. O mundo precisa entender porque é importante demarcar os territórios. Os territórios indígenas são os mais preservados e temos que colocar ali como medidas para a mitigação do clima”.

A ministra também expressou o empenho em garantir que, pela primeira vez na história da Conferência das Partes (COP), os povos indígenas e as florestas em pé sejam incluídos no texto final. O objetivo é que o Brasil inclua a demarcação dos territórios indígenas como uma das medidas nacionais oficiais para o enfrentamento das mudanças climáticas, assegurando o reconhecimento de que os conhecimentos e as áreas preservadas pelos povos originários são soluções efetivas para a mitigação global.

Para a COP30 em Belém, a ministra está organizando a maior delegação indígena da história, com a meta de ter mil indígenas credenciados na Zona Azul (principal da conferência) e três mil em Belém, entre a Cúpula dos Povos e a Aldeia COP, buscando superar a marca de Dubai, onde foram levados 350 indígenas, e garantir que a voz indígena tenha o peso e a visibilidade no debate climático internacional.

Foto: Helena Corezomaé01

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