Ambiente Brasil – Em dezembro do ano passado, a quarta edição do Boletim Transparência Florestal do Estado de Mato Grosso, produzido pelo Instituto Centro de Vida – ICV – em parceria com o Imazon, revelou que apenas 8% da área desmatada em 2006 naquele estado ocorreu perfeitamente de acordo com a legislação ambiental.
Diante do desrespeito que grassa na região, causou surpresa a notícia recente de que o governador Blairo Maggi decidiu extinguir o Batalhão Ambiental da Polícia Militar.
“Aqui é a terra do desmatamento e do roubo de madeira; como se pode fazer isso?”, questiona um membro da corporação que, por motivos óbvios, pediu para não ser identificado.
A assessora de Imprensa da Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Mato Grosso – Sejusp -, Márcia Andreola, confirma a informação. Disse a AmbienteBrasil que a Polícia Militar está passando por um “processo de reengenharia”.
Há poucos dias, os novos titulares dos cargos de secretário de Estado e de comandante geral da PM – respectivamente Carlos Brito e Adaildon Evaristo Costa – assumiram suas funções e pretendem implantar – nos dizeres de Márcia – “um novo modelo de gestão pública”.
Segundo ela, todos os batalhões vão ter equipes especializadas na questão ambiental, o que, em tese, dará mais agilidade e eficiência às operações que demandem tais conhecimentos.
“O Batalhão Ambiental ficava em Várzea Grande, ao lado de Cuiabá. Para qualquer ação, tinha que deslocar o pessoal daqui”, diz ela, argumentando que agora, com gente preparada em todos os cinco Comandos Regionais, se terá uma efetiva cobertura no estado inteiro.
Reação – A comunidade ambientalista do Mato Grosso não absorveu bem a proposta. “A idéia de fortalecer os demais batalhões é boa, mas isso não necessariamente deveria inviabilizar o que já existe”, diz André Alves, secretário executivo do Fórum Matogrossense de Meio Ambiente e Desenvolvimento – Formad -, para quem a iniciativa representa um retrocesso.
Ele antecipou que a extinção da Polícia Ambiental é um dos temas da pauta da próxima reunião da entidade, agendada para o dia 29.
“Acredito que essa seja mais uma das medidas do Governo para enfraquecer as ações de proteção ao meio ambiente no Mato Grosso”, avalia a secretária executiva da Rede Matogrossense de Educação Ambiental – Remtea -, Michele Jaber.
Segundo ela, já está em gestação um movimento para tentar demover o governador Blairo Maggi da idéia.
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