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Operação Daniel: Policiais negociavam para receber propina todo mês

08/09/2006

Local: Cuiabá – MT
Fonte: Gazeta de Cuiabá
Link: http://www.gazetadigital.com.br/

Os quatro presos durante a Operação Daniel, da Polícia Federal, em Mato Grosso, chegaram a tentar um acordo com madeireiros de Ji-Paraná (RO) para receberem propina mensalmente e deixarem os caminhões, com documentação falsa, passarem pela fiscalização.  "Seria uma espécie de mensalão das rodovias", ressalta o delegado de Rondonópolis, Alexsandro Biegas, que aponta que o acordo não teria sido fechado.

A informação consta das investigações da PF, que também conseguiu comprovar que os quatro detidos no Estado, entre eles três policiais rodoviários federais, receberam R$ 3 mil para deixarem uma carga de madeira, com Autorização de Transporte de Produtos Florestais (ATPF) falsa, passar no dia 25 de maio pelo posto Comboio, próximo ao posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF).  Posteriormente, a mesma carga acabou sendo apreendida pela Polícia Federal na Serra da Petrovina, cerca de 90 quilômetros de Rondonópolis.

O dinheiro, segundo o delegado, foi repassado para a conta de Lucélio Araújo da Silva, preso em Pedra Preta, e que seria o intermediário entre um madeireiro de Ji-Paraná, José Guarino, e os policiais Luiz Carlos Pires, Paulo Maurício da Silva e Ronaldo Ramos.  Os quatro negaram envolvimento com o esquema de liberação de cargas e continuavam presos em Rondonópolis.

Em Mato Grosso foram cumpridos quatro mandados de prisão e quatro mandados de busca e apreensão pela Operação Daniel.  A PF apreendeu veículos, documentos e computadores, em Rondonópolis e Pedra Preta, que serão submetidos à perícia.  Além disso, os policiais Paulo e Ronaldo, e Lucélio, foram autuados em flagrante por posse ilegal de armas.

Segundo a PF em Ji-Paraná, até o final da tarde de ontem já tinham sido presas 46 pessoas, sendo que um policial do município detido não tinha mandado de prisão.  Ainda estavam foragidas 12 pessoas.  A PF não descarta a decretação de novas prisões a partir das investigações.

Entre os presos estão empresários do ramo madeireiro, "lobistas" (que promovem a venda ilícita de ATPF e Notas Fiscais), contadores, advogados e alguns servidores do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que agem em Rondônia.

Andréia Fontes

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