Sapezal (MT) – Desde julho, o Projeto Berço das Águas tem se envolvido com atividades de apoio à gestão territorial junto ao povo Nambiquara da Terra Indígena Tirecatinga, consolidando, assim, uma maior abrangência de ações na bacia do rio Juruena. Os diálogos com as comunidades vêm sendo frequentes e fundamentais para que seja possível entender e avaliar suas principais necessidades, especialmente quanto ao suporte à produção tradicional de alimentos.
Atendendo a uma demanda apresentada pelos indígenas, a equipe do projeto realizou, em setembro, a compra de materiais e apoiou a mobilização para devolver à Casa de Cultura Nambiquara a condição de espaço privilegiado para encontros, danças e festas. Lá, os indígenas recebem parentes de outras aldeias e visitantes. O local pode, ainda, se tornar potencialmente interessante para venda de artesanato e exposição de objetos da cultura material do povo Nambiquara.
“A ideia da Casa Tradicional é ser um museu da cultura Nambiquara, para servir como ponto turístico. Queremos trazer o que foi tirado da Missão de Utiariti, os objetos que Rondon guardou…”, contou Lucia Inês Nambiquara, da aldeia Três Jacus.
Em cinco dias, a parte de alvenaria da casa foi reformada, conforme a vontade dos indígenas, que se comprometeram a buscar palha de guariroba e madeira para a reconstrução da cobertura.
O Projeto Berço das Águas, executado pela Operação Amazônia Nativa (OPAN) e patrocinado pela Petrobras através do Programa Petrobras Ambiental, vai ainda apoiar atividades produtivas. O objetivo, neste momento, é possibilitar aos indígenas a busca por ramas e sementes em aldeias próximas para o plantio nas roças tradicionais, disponibilizar ferramentas, além do plantio de mudas frutíferas, com destaque para as de pequi, produzidas pelo povo Manoki.
Em outubro, o Projeto Berço das Águas realizará um diagnóstico ambiental participativo com a confecção de etnomapas – etapa inicial na elaboração de um plano de gestão territorial.
Projeto Berço das Águas
O quê: Projeto para elaborar planos de gestão territorial em terras indígenas da bacia do rio Juruena e fomentar cadeias produtivas de frutos nativos do Cerrado e da Amazônia para fins de geração de renda e sustentabilidade ambiental dos territórios.
Para quê: Apoiar a gestão territorial e a melhoria das condições de vida dos povos Manoki, Myky, Nambiquara/Sabanê.
Quando: 2011-2012
Quem: Operação Amazônia Nativa (OPAN), com patrocínio da Petrobras através do Programa Petrobras Ambiental
Onde: Terras Indígenas Myky e Manoki, no município de Brasnorte, Tirecatinga, no município de Sapezal e Pirineus de Souza, no município de Comodoro (MT).
OPAN
A OPAN foi a primeira organização indigenista fundada no Brasil, em 1969. Atualmente suas equipes trabalham em parceria com povos indígenas do Amazonas e do Mato Grosso, desenvolvendo ações voltadas à garantia dos direitos dos povos, gestão territorial e busca de alternativas de geração de renda baseadas na conservação ambiental e no fortalecimento das culturas indígenas.
FONTE: Andreia Fanzeres – OPAN