O Ministério Público do Estado de Mato Grosso e entidades que atuam na defesa do meio ambiente pretendem mobilizar o maior número possível de pessoas para participar da audiência pública que vai discutir o futuro do Parque Estadual Serra de Ricardo Franco. A audiência foi convocada pela Assembleia Legislativa e ocorrerá em Vila Bela da Santíssima Trindade, no dia 04 de agosto, às 9h, na Câmara de Vereadores da cidade.
Ontem (21), integrantes da comissão de mobilização realizaram a primeira reunião para definir as estratégias de atuação. O grupo pretende defender integralmente os limites do Parque, e vê com preocupação a realização desta audiência pela Assembleia Legislativa, já que o Estado de Mato Grosso assinou recentemente um TAC com o Ministério Público se comprometendo a implantar a citada Unidade de Conservação.
O encontro aconteceu no gabinete do titular da Procuradoria de Justiça Especializada em Defesa Ambiental e Ordem Urbanística, procurador Luiz Alberto Esteves Scaloppe e contou com a participação de representantes do ICV, do Instituto Conservação Brasil, de servidores do MPE e das promotoras de Justiça Ana Luíza Ávila Peterlini de Souza e Regiane Soares de Aguiar.
Além do trabalho de divulgação junto aos meios de comunicação, o grupo pretende, ainda, intensificar o trabalho nas redes sociais. Artistas e cantores simpatizantes da causa também serão convidados a se manifestarem em apoio ao Parque Estadual Serra de Ricardo Franco.
SOBRE O PARQUE: Criado por meio do Decreto Estadual nº 1.796/97, o Parque Estadual Serra de Ricardo Franco abriga um dos mais ricos ecossistemas do Estado, com áreas de transição entre a Amazônia, Cerrado e o Pantanal, concentrando alto grau de diversidade biológica, além da presença recursos hídricos de suma relevância.
Situado no extremo oeste do Estado de Mato Grosso, no município de Vila Bela da Santíssima Trindade, na fronteira com a Bolívia, o Parque Serra de Ricardo Franco forma um mosaico com o Parque Nacional Noel Kaempf Mercado da Bolívia. A área da Unidade de Conservação é de 158.620,85 hectares e possui ambientes de floresta com espécies arbóreas de grande e pequeno porte e de cerrado que ocupa a maior parte da sua área, além de ambientes de Pantanal ao longo do Rio Guaporé que compõe sua zona de amortecimento.
De acordo com relatório técnico da Procuradoria de Justiça Especializada em Defesa Ambiental e Ordem Urbanística do Ministério Público do Estado de Mato Grosso, algumas espécies encontradas dentro dos limites do Parque Serra de Ricardo Franco encontram-se em risco de extinção, por exemplo, a lontra (Lontra longicaudis), a ariranha (Pteronura brasiliensis), o boto-cinza (Inia geoffrensis) e o boto-cor-de-rosa (Sotalia fluviatilis).
Desde a sua criação, no ano de 1997, até os dias atuais, foram desmatados mais de 19.998,52 hectares de área verde na Serra de Ricardo Franco, conforme informações da Sema.