Ibama contesta queda do 1º lugar de MT no ranking das queimadas

14/09/2006

Local: Cuiabá – MT
Fonte: Diário de Cuiabá
Link:
http://www.diariodecuiaba.com.br/

Ao contrário do que diz a Sema, o órgão federal acha prematuro afirmar que o Pará tomou a dianteira no ranking das queimadas, lugar de MT há 15 anos

A redução de 38% no número de focos de queimadas registrados em Mato Grosso de janeiro a setembro de 2006, em relação ao mesmo período do ano passado, não foi suficiente para retirar o Estado do primeiro lugar do ranking dos que mais queimam no Brasil.

Há 15 anos consecutivos, Mato Grosso lidera a lista de queimadas no país.  A afirmação é do Ibama e contradiz a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), que afirmou que o Estado teria sido ultrapassado pelo Pará, no segundo ano consecutivo, e deixado a posição ‘incômoda’.

“Impossível.  Em 2005, infelizmente Mato Grosso permaneceu em primeiro lugar, de acordo com as informações obtidas pelo satélite NOAA-12, do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe).  Na obtenção do índice divulgado pela Sema não deve haver nenhum tipo de metodologia”, afirmou o coordenador do Programa Prevefogo, de combate a incêndios florestais, Rodrigo Falleiros.

De acordo com Falleiros, seria muito prematuro realizar esse tipo de análise nesse momento do ano, pois o número de queimadas geralmente tem um aumento expressivo em setembro, e é depois deste mês que o Estado ultrapassa os outros na estatística.

No acumulado do ano, Mato Grosso registrou 16.537 focos de incêndio, contra pouco mais de 14 mil do Pará, de acordo com a Defesa Civil.  “Estamos evoluindo, mas não dá para negar os números”, afirmou o superintendente da Defesa Civil, major Abadio José da Cunha.

A confusão nas informações pode ter sido ocasionada pelo fato de não existir no Pará o período proibitivo, que em Mato Grosso dura de 15 de julho a 15 de setembro, e no qual nenhuma queimada é autorizada pela Secretaria.  “Durante o período proibitivo, é natural que os números do Pará sejam maiores que os daqui.  Tomara que a gente consiga deixar o primeiro lugar, mas apenas no final do ano será possível traçar um panorama mais exato”, afirmou Falleiros.

Amanhã chega ao fim o período proibitivo, em que houve uma queda de 35% dos focos em relação a 2005.  Em 2007, poderá haver mudanças nos procedimentos da Secretaria na época da seca.  A Assembléia Legislativa aprovou uma alteração na lei que dispõe sobre a política florestal do Estado, que passa a permitir a queima nas atividades agropastoris mediante autorização da Sema, no período de proibição.

Keity Roma

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