Estação Vida – Mato grosso apresentará nesta segunda-feira, dia 14, na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15), realizada em Copenhague, Dinamarca, sua proposta de programa de REDD (Redução das Emissões do Desmatamento e da Degradação). Esse programa inclui o desenvolvimento de um quadro legal e de políticas de contenção do desmatamento, bem como um projeto-piloto na região Noroeste do Estado.
A iniciativa, liderada pelo governo do estado e organizações-não governamentais, será defendida como uma grande oportunidade para manter a floresta em pé, reduzindo, desta forma, a emissão de gases causadores do efeito estufa provenientes do desmatamento e das queimadas.
Neste sentido, o governo do estado assumiu o compromisso zerar o desmatamento ilegal em Mato Grosso até 2012 através de iniciativas que melhorem os instrumentos de governança ambiental. Também assumiu o compromisso de reduzir o desmatamento em 89% até 2020 com relação à média de 1996 a 2005. Essa meta corresponde a 60% do compromisso de redução do desmatamento na Amazônia como um todo. Para isso, o Estado busca apoio de empresas e governos que também estão dispostos a assumir compromissos de redução das emissões de gases poluentes.
De acordo com a proposta a ser apresentada na Conferência, o programa de REDD contribuirá para a conservação das florestas, o desenvolvimento sócio-econômico e, em escala mais abrangente e de longo prazo, para a mitigação do aquecimento global.
Visando iniciar ações demonstrativas de REDD o quanto antes, o Governo de Mato Grosso e as ONGs Instituto Centro de Vida (ICV) e The Nature Conservancy (TNC) estão desenvolvendo um piloto de larga escala na região Noroeste de Mato Grosso, com foco inicial no município de Cotriguaçu. De acordo com estimativas preliminares, esse projeto poderá gerar reduções de emissões na ordem de 200 milhões de toneladas de CO2 na próxima década, sendo que Cotriguaçu representa cerca de 12% desse potencial.
Para atingir esse resultado, o projeto investirá no fortalecimento da governança florestal na região, como também em programas de incentivos diretos e compensações para a conservação de florestas em áreas privadas, Terras Indígenas e Assentamentos. Além disso, promoverá a difusão de melhores práticas nas atividades agropecuárias e florestais, visando melhorar a produtividade e minimizar os impactos ambientais.
De acordo com Laurent Micol, coordenador executivo do ICV, que participa da COP-15, esse projeto é, ao mesmo tempo, um grande desafio e uma enorme oportunidade para Mato Grosso. “É uma iniciativa que vai envolver toda a sociedade de uma região muito grande, num tema que está muito novo ainda. Nós todos vamos aprender muito com esse piloto, para Mato Grosso estar pronto quando o funcionamento do mecanismo de REDD estiver definido em nível internacional.”
A 15ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas começou no dia 7 de dezembro e termina no dia 18, com a participação de representantes de 192 nações. O objetivo é determinar as bases de um compromisso mundial que substitua o Protocolo de Quioto, cuja primeira etapa de metas expira em 2012.