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Oficina sobre boas práticas da seringueira acontece em território Myky

Brasnorte (MT) O povo Myky participou em setembro da oficina “Boas Práticas da Seringueira”, que promoveu a troca de experiências sobre o trabalho de extrativismo realizado na Terras Indígena Rikbaktsa. O evento contou com a participação do agente ambiental Juarez Tarariri Rikbaktsa, do Projeto Pacto das Águas, que comentou sobre o avanço empreendido pelo seu povo na comercialização da borracha a partir da adoção de técnicas específicas para extração do látex da seringueira.

Boas práticas da seringueira – Povo Myky – (OPAN)

Mas muito além dos ganhos econômicos que a extração da borracha pode trazer, a abordagem de Juarez Rikbaktsa pretendeu mostrar como, para sua comunidade, o empenho nesta atividade extrativista ofereceu condições muito mais interessantes de geração de renda para os indígenas, permitindo que estejam mais ligados ao cotidiano da aldeia.

Segundo ele, a retirada do látex demanda a abertura de estradas mais afastadas da aldeia, o que leva os indígenas a circularem mais em suas áreas, realizando uma ocupação consistente e frequente. Isso demonstra força e organização interna para fazer frente às ameaças que ocorrem no entorno, como a extração predatória de madeira, que também coloca em risco o território Myky.

As trocas e lições desenvolveram-se na prática, percorrendo as trilhas no meio da mata, ao pé das seringueiras. Assim, a oficina envolveu a ida dos participantes a algumas estradas de seringa mantidas pelos Myky, como a do indígena Jamaxi, um dos seringueiros do Projeto Berço das Águas, iniciativa conduzida pela Operação Amazônia Nativa (OPAN) e patrocinado pela Petrobras através do Programa Petrobras Ambiental. Os Myky puderam, assim, conhecer o modo como os seringueiros Rikbaktsa foram treinados para extração do látex.

A partir dessa prática, os indígenas conquistaram mais apoio à abertura de novas estradas de seringa. Durante as demonstrações, o indígena Xinuxi, dono de um desses caminhos, animou-se tanto com as oportunidades da extração de seringa, que decidiu, ali mesmo, começar a implementar uma nova via para aumentar a sua produção. Munido de foice e facão, continuou em busca de mais seringueiras, que vão definir sua nova estrada, esperando que mais indígenas adiram à iniciativa.

Projeto Berço das Águas

O quê: Projeto para elaborar planos de gestão territorial em terras indígenas da bacia do rio Juruena e fomentar cadeias produtivas de frutos nativos do Cerrado e da Amazônia para fins de geração de renda e sustentabilidade ambiental dos territórios.

Para quê: Apoiar a gestão territorial e a melhoria das condições de vida dos povos Manoki, Myky, Nambiquara/Sabanê.

Quando: 2011-2012

Quem: Operação Amazônia Nativa (OPAN), com patrocínio da Petrobras através do Programa Petrobras Ambiental

Onde: Terras Indígenas Myky e Manoki, no município de Brasnorte, Tirecatinga, no município de Sapezal e Pirineus de Souza, no município de Comodoro (MT).

OPAN

A OPAN foi a primeira organização indigenista fundada no Brasil, em 1969. Atualmente suas equipes trabalham em parceria com povos indígenas do Amazonas e do Mato Grosso, desenvolvendo ações voltadas à garantia dos direitos dos povos, gestão territorial e busca de alternativas de geração de renda baseadas na conservação ambiental e no fortalecimento das culturas indígenas.

FONTE: Andreia Fanzeres – OPAN

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