Segundo alguns moradores a causa do crime ambiental no norte do Mato Grosso pode ser a causa de vazamento de agrotóxico em uma fazenda próximo a cidade de Nova Xavantina/MT.
O fato faz parte de série de crimes ocorridos em vários municípios do estado de Mato Grosso em decorrência da utilização dos agrotóxicos na agricultura. A região do Araguaia é palco de mais um crime ambiental provocado pelo uso de agrotóxicos na agricultura, segundo um agricultor, que não quis revelar sua identidade acha que o uso de agrotóxico em uma fazenda próxima da cidade de Nova Xavantina-MT, pode ser um dos motivos que vem causando preocupação na população da região do Araguaia.
Moradores dos municípios da região do Araguaia estão preocupados com grande quantidade de peixes que estão morrendo nos Rios das Mortes e Araguaia. Pessoas têm passado a utilizar somente água mineral como fonte potável. Nas cidades de Luciara e Santa Terezinha a quantidade de peixe morta preocupa os índios da aldeia Ijaaetxa que estão com medo, pois as aves que estão comendo os peixes estão morrendo.
Já nos municípios de São Félix e Novo Santo Antonio a situação é a mesma, pois a quantidade de peixes mortos também é grande e a população pode está correndo risco. O fato está ganhando grande repercussão, e cabe ao Ministério Público a investigar o caso e determinar a suspensão das aplicações de veneno e criação de uma lei municipal proibindo o uso de agrotóxicos nas lavouras da região.
Também é importante que as autoridades municipais, principalmente aquelas ligadas à saúde pública, alertem a população. Deve ser feita uma análise da água, para verificar a sua qualidade, para garantir uma vida melhor para seus consumidores. É preciso levar ao conhecimento em especial à própria população dos riscos à saúde e os cuidados que deverão ser adotados para que as pessoas não sejam contaminadas.
Desde 2008, o Brasil atingiu a marca de maior consumidor de agrotóxicos do mundo. Cada brasileiro consome em média cerca de 5 litros de agrotóxicos por ano, causando vários riscos a sua saúde. De acordo com pesquisas, os ingredientes ativos presentes nos agrotóxicos podem causar esterilidade masculina, formação de cataratas, evidências de mutagenicidade, reações alérgicas, distúrbios neurológicos, respiratórios, cardíacos, pulmonares, no sistema imunológico e no sistema endócrino, ou seja, na produção de hormônios, desenvolvimento de câncer, dentre outros agravos à saúde.
Para as organizações que integram a campanha, o uso de agrotóxicos está deixando de ser uma questão relacionada especificamente à produção agrícola e se transformando em um problema de saúde pública e preservação da natureza.
O rio das Mortes é afluente do rio Grande se caso venha a confirmar a contaminação pode está contaminando além do seu afluente, as principais cidades banhadas por ele são: Barbacena, Barroso, Tiradentes, São João del-Rei, Ibituruna e Bom Sucesso.
Já o rio Araguaia que nasce na serra do Caiapó, na divisa de Goiás com Mato Grosso e seus principais afluentes dentro do territó¬rio goiano são: rio Água Limpa, rio Babilônia, rio Caiapó, rio Claro, rio Crixás Acú, rio Crixás Mirim, rio do Peixe I, rio do Peixe II, rio Pintado, rio Matrixã, rio Vermelho, percorre uma extensão de 2.115 km, até juntar-se ao Tocantins, na localidade de São João do Araguaia, logo antes de Marabá. Deságua junto à foz do Amazonas.
No extremo nordeste do estado de Mato Grosso, o rio Araguaia e o rio Javaés formam a ilha de Bananal, a maior ilha fluvial do mundo. Já existem várias experiências concretas de milhares de camponeses pelo Brasil que adotam a agroecologia. Somente este modelo é capaz de produzir alimentos saudáveis, com respeito ao meio ambiente e com produtividade suficiente para alimentar a população.
O Araguaia é navegável por cerca de 1.160 km, entre São João do Araguaia e Beleza, porém não há centro urbano importante, nesse trecho.
Segundo o estudo, no Mato Grosso se despejou na última safra cerca de 105 milhões de litros de agrotóxicos — 11% do total do Brasil. No período, as cidades pesquisadas colheram 2,5 milhões de toneladas de soja e milho — 8% do estimado para o Estado.
Espera que as autoridades competentes investiguem com extrema responsabilidade o caso agindo rapidamente evitando futuros problemas de saúde na população da região do Araguaia.
Fonte: Vanessa Lima – O Repórter do Araguaia