Ongs querem criação de corredor de biodiversidade entre Cuiabá e o Pantanal

Objetivo é intensificar ações de preservação ambiental numa área de quase 3,5 milhões de hectares

Assessoria Ecotrópica – A intensa ocupação urbana e o crescimento da agricultura na região de Cuiabá até o Pantanal tem provocado o desaparecimento de matas de cerrado e espécies da fauna local. Ongs ambientalistas querem a intensificação de ações de preservação ambiental para a região com a implantação de um corredor de biodiversidade que soma 3.483.000 hectares . Dados e ações já desenvolvidas foram apresentadas ontem (28) numa oficina de trabalho promovida pelas ongs; Ecotrópica e a CI – Conservação Internacional em parceria com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente – Sema.

No “Corredor de Biodiversidade Cuiabá – São Lourenço” , pesquisadores apresentaram levantamentos sócio-econômicos e ambientais que demonstraram a pressão intensa que a região vem sofrendo tanto nas cidades como no campo.

Cerca de 95% da área estão ocupados por propriedades rurais que praticam a agricultura e a pecuária , atividades  que mais estão causando impactos ambientais por ainda manterem práticas inadequadas de uso do solo. Provocam assoreamento e erosão nos rios, desmatamentos e queimadas e excesso de agrotóxicos . Segundo apontou estudos da Ecotrópica , a região ainda tem sérios problemas com a mineração desordenada e a urbanização crescente. Outra grave ameaça ao Pantanal foi apontada pelo coordenador da CI – Brasil, Sandro Meneses ao citar a implantação de empreendimentos siderúrgicos em Corumbá. “A necessidade de carvão vegetal para manter as siderurgias é muito grande e vai causar ainda mais desmatamentos no Pantanal. Hoje o Mato Grosso do Sul vende cerca de 1 milhão de metros cúbicos de carvão para as siderúrgicas de Minas Gerais”, disse.

A proposta apresentada ontem pelas ongs é de um corredor de biodiversidade que já envolve 5 áreas indígenas, 11 unidades de conservação estadual, o Parque Nacional do Pantanal, 4 unidades de conservação municipais e Reservas de Patrimônio Particular Natural -RPPNs, entre elas; 4 administradas pela Ecotrópica no Pantanal, a do Sesc Pantanal e a da fazenda Basso em Rondonópolis. O corredor englobaria também as áreas de preservação permanente e as reservas legais. Segundo a coordenadora técnica da Ecotrópica , Fátima Sonoda, o corredor Cuiabá-São lourenço localiza-se numa área estratégica , no centro da América do Sul, contendo biomas de Cerrado, Amazônia , Mata Atlântica e do Chaco e apresenta uma incrível variedade de espécies animais e vegetais, com áreas de planalto, planície pantaneira e morrarias.

Esta semana, a Sema recebeu um cadastramento de propriedades rurais do corredor  para que sejam implementadas em parceria com a Federação Matogrossense de Agricultura – Famato a recuperação de áreas de preservação permanente e a compensação de reservas legais que foram desmatadas pelos proprietários.

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