Inauguração de Beneficiamento de Castanha-do-Brasil confirma produção sustentável

A inauguração da Unidade de Beneficiamento marca o mês em que se encerra a safra da castanha-do-Brasil, de janeiro a maio, quando o fruto já está guardado nos barracões das comunidades.

Assessoria PNUD-BRA – Alguns municípios que estão bem no meio do furacão envolvendo a questão ambiental em Mato Grosso serão protagonistas, no dia 1º de maio, de uma ação que pode ser o início da bonança tão esperada pela população da região Norte do país. É a inauguração da Unidade de Beneficiamento de Castanha-do-Brasil, às 14h, no Assentamento Vale do Amanhecer, no Município de Juruena (950 km de Cuiabá). A iniciativa é da Associação de Desenvolvimento Rural de Juruena (ADERJUR) com a participação dos Municípios de Juína, Castanheira, Cotriguaçu, Colniza, Aripuanã e Rondolândia, a maioria está na lista do Decreto 6321 que enumera 19 cidades mato-grossenses entre as que mais desmatam na Amazônia Legal.

O calibre dos parceiros no Programa Integrado da Castanha (coleta, secagem e armazenamento do produto) é a maior referência da seriedade do trabalho sustentável que começa a dar os primeiros frutos no Noroeste de Mato Grosso. Apóiam esta iniciativa, o Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o governo do Estado (co-gestor do projeto, de Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade das Florestas do Noroeste de MT), a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a Petrobrás e a Prefeitura de Juruena. Grandes empresas como a Peugeot, Michelin, SM Madeiras e Carpello Indústria de Alimentos, também contribuem com o projeto.

A inauguração da Unidade de Beneficiamento marca o mês em que se encerra a safra da castanha-do-Brasil, de janeiro a maio, quando o fruto já está guardado nos barracões das comunidades. Com 300 metros quadrados, dos quais 100 metros quadrados são em alvenaria, financiados com R$ 112 mil repassados pelo Instituto Nacional de Reforma Agrária (Incra), a Unidade tem capacidade de produção de de 50 toneladas (ton.) por mês, podendo chegar a 180 ton. ainda este ano. Trabalham na colheita da castanha na floresta, os agricultores familiares dos assentamentos, índios das etnias Rikbatsa, Zoró e Arara e os seringueiros da Reserva Extrativista dos rios Guariba e Roosevelt. São cerca de 500 famílias que ocupam uma área de 623 mil hectares.

Desde julho de 2005, com a implementação de um Plano de Manejo Florestal Comunitário para produtos não-madeireiros, na Reserva Legal Comunitária (RLC) do Assentamento Vale do Amanhecer, que foi licenciada pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), as castanheiras foram identificadas com plaquetas numeradas e georeferenciadas pelos agricultores. De acordo com o coordenador do Componente de Sistemas Agroflorestais do PNUD, Paulo César Nunes, Mestre em Agricultura Tropical, os resultados preliminares apontam a densidade de uma castanheira a cada três hectares, com uma produção anual média de 30 quilos por árvore. “Nossa estimativa é que a produção anual, em toda a região Noroeste, possa atingir 300 toneladas de castanha-do-Brasil. Estamos conseguindo mostrar a estas comunidades que é possível explorar a floresta em pé, com ! isso, melhorar a qualidade de vida e ganhar dinheiro com a atividade. O manejo sustentável destes castanhais possibilitará um incremento anual na renda das comunidades envolvidas, que pode ultrapassar R$1 milhão, com o único custo de buscar a semente na floresta e beneficiá-la na indústria. É uma inegável fonte de renda”, destacou Paulo Nunes.

Para o PNUD, esta é uma das alternativas possíveis de desenvolvimento sustentável da região, que gera emprego e renda, valoriza a mão-de-obra feminina, viabiliza a inclusão social, contribui para a redução do aquecimento global e protege a rica biodiversidade local.

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