Estação Vida – Os dados apresentados no Boletim Transparência Florestal mostram que Mato Grosso pode ter aumento na taxa de desmatamento anual, caso o Estado não tome medidas eficazes de combate ao corte ilegal da floresta. Em que pese o desmatamento acumulado desde agosto de 2007 ser menor que o mesmo período anterior, os números de janeiro a março deste ano são maiores que os do ano passado e acendem o alerta da tendência de aumento. O boletim também mostra um dado que não tem variado desde sua primeira edição: quase todos os desmatamentos detectados são ilegais.
De acordo com o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), no período de janeiro a março de 2008, o desmatamento totalizou 149 quilômetros quadrados. Esse valor foi mais que o dobro da área desmatada de janeiro a março de 2007, quando foram desmatados 70 quilômetros quadrados. O desmatamento acumulado no período de agosto de 2007 a março de 2008 totalizou 1.853 quilômetros quadrados; o que representa uma redução de aproximadamente 16% em relação ao período anterior (agosto de 2006 a março de 2007).
Mais da metade do desmatamento neste primeiro trimestre ocorreu no município de São Félix do Araguaia; seguido por Querência e Gaúcha do Norte. O desmatamento ilegal representou cerca de 94% do total ocorrido no primeiro trimestre de 2008. De janeiro a março deste ano não foi detectado desmatamento nos assentamento de reforma agrária nem nas Áreas Protegidas.
O SAD considera como desmatamento apenas os casos de corte raso da floresta ou os casos extremos de degradação florestal que levam à perda extremamente significativa de biomassa florestal e à exposição de solos. Os dados apresentados no Boletim Transparência Florestal não incluem outras ocorrências de degradação florestal causadas pela extração madeireira predatória e por queimadas.
Por se tratar de período chuvoso o período de janeiro a março de 2008 teve uma elevada proporção de nuvens e sombras sobre o território de Mato Grosso. De fato, em janeiro a cobertura de nuvens e ou sombra atingiu 81% caindo para 70% em fevereiro e depois para 21% em março. Portanto, é muito provável que uma parte do desmatamento desse período ainda não tenha sido detectada, o que só ocorrerá nos próximos meses com a diminuição da cobertura de nuvens no Estado.
Veja o Boletim Transparência Florestal na íntegra (em pdf, 1,95MB).