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Serviços Ambientais do Cerrado são expostos durante oficina no II Encontro Nascentes do Xingu

Oficinas, mesas-redondas, mini-cursos e apresentações culturais fazem parte do evento que começou hoje e vai até sábado, dia 18.

ISA – “O pagamento por serviços ambientais é a única forma que vejo de conservar os recursos naturais do Cerrado”, afirmou Giselda Durigan, do Instituto Florestal (IF), na oficina “Cerrado: Ecologia e Restauração”, que aconteceu ontem pela manhã no primeiro dia do II Encontro Nascentes do Xingu, no Parque de Exposições Cidade Jardim, em Canarana, no Mato Grosso. Segundo a pesquisadora, a agricultura intensiva é a atividade mais impactante para esse bioma por causar a perda definitiva da fertilidade do solo. O pagamento por serviços ambientais possibilitaria que os proprietários rurais fossem mobilizados para a conservação do Cerrado.

Embora muitos especialistas o considerem como um dos biomas mais importantes do mundo, com vegetação que exerce proteção eficaz aos recursos hídricos, o Cerrado ainda é visto como irrelevante perante às florestas tropicais. De acordo com os dados apresentados durante a oficina, apenas 1,47% desse bioma está protegido por Unidades de Conservação (UCs), enquanto os remanescentes de Mata Atlântica têm 8,83% de sua área total dentro de UCs. Além da agricultura, os incêndios freqüentes e a invasão do capim braquiária também causam danos à biodiversidade.

Durigan destacou os serviços ambientais que podem ser explorados no Cerrado: polinização de culturas; mitigação do efeito estufa; manutenção de solos; regulação da velocidade do vento; proteção dos recursos hídricos; manutenção do equilíbrio dos recursos hídricos. “Para uma mesma área, o Cerrado gera maior volume de água nas nascentes e nos corpos d’água do que a floresta”, comentou a engenheira florestal.

Na oficina foi lembrado que ainda há pouca pesquisa sendo feita sobre técnicas de restauração da vegetação do Cerrado. Foram mostradas algumas técnicas conhecidas e testadas pela pesquisadora e centros de pesquisa: facilitação da regeneração natural, através do controle de plantas invasoras com a utilização de herbicidas, e do manejo do gado para comer a braquiária; plantios de enriquecimento para adensar pastagens com vegetação e matas ciliares; reflorestamento com mudas ou plantio direto de sementes, de acordo com a fisionomia de cada paisagem. Durigan salientou que para reflorestar uma área é preciso conservar as raízes já existentes – que no Cerrado tem grande potencial de rebrota -, realizar plantios somente na estação chuvosa e escolher as espécies a serem plantadas de acordo com o tipo de solo e paisagem.

Até sábado acontecerão mais três oficinas: “Potencial e Alternativas Econômicas do Cerrado”, “Restauração de Mata Ciliar” e “Agrofloresta”, além de mesas-redondas, mini-cursos e apresentações culturais.

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