Pesquisar
Close this search box.

Formad se articula em favor do meio ambiente

Quem milita na área ambiental, na contramão dos interesses do agronegócio, corre riscos. Para Inácio Werner, do Centro Burnier Fé e Justiça, é preciso desenvolver um programa que proteja vidas e que o Estado assuma a responsabilidade de garantir a segurança de possíveis vítimas da violência no campo.

Sindicato dos Jornalistas – Quais ações serão necessárias para que a natureza de Mato Grosso não seja tão lesada, este ano, quanto tem sido historicamente? Ambientalistas ligados a entidades que compõem o Fórum Matogrossense de Meio Ambiente e Desenvolvimento (Formad) se reuniram ontem e hoje (3 e 4), em Cuiabá, no auditório do Sintep, para pensar uma resposta capaz de fazer parar as máquinas de destruição ambiental e humana.

O Formad existe desde 1992 e é hoje o principal interlocutor entre os movimentos sociais ambientais e o Governo do Estado.

O Sindicato dos Jornalistas está se alinhando com o Formad, no sentido de qualificar a categoria para o assunto, pouco divulgado e explorado muitas vezes superficialmente pela grande mídia. E sem qualquer viés político-social. Mesmo estando nós dentro de um dos Estados mais importantes quanto à questão ambiental. A proposta é fazer debates sobre meio ambiente, que culminem com o congresso sobre o assunto, previsto para este ano.

Os assuntos elencados como chave pelo Formad são: Zoneamento Socioeconômico Ecológico de Mato Grosso (ZSEE), BR-163, comunidades tradicionais, PAC (usinas hidroelétricas e pavimentação), programa de combate ao desmatamento, Femam, Consema, unidades de conservação, agrotóxicos, programa de defesa dos protetores dos defensores dos direitos humanos, alternativas de desenvolvimento, sinergia e governança florestal.

“Mato Grosso é um dos estados campeões em uso de agrotóxicos, legais e ilegais”, destaca Fátima Moura, da ONG Fase. Perguntada sobre quais ações efetivas existem no sentido de coibir o uso indiscriminado de venenos em Mato Grosso, ela responde: “Que eu conheça muito poucas. E não há uma política pública voltada para isso”. A responsabilidade disso, na visão dela, é dos agropecuaristas e do Governo do Estado, que não faz um monitoramento adequado.

Quem milita na área ambiental, na contramão dos interesses do agronegócio, corre riscos. Para Inácio Werner, do Centro Burnier Fé e Justiça, é preciso desenvolver um programa que proteja vidas e que o Estado assuma a responsabilidade de garantir a segurança de possíveis vítimas da violência no campo. “Tem muita gente ameaçada por conta dos seus trabalhos”, afirma Werner.

O desmatamento fora de controle é, para a bióloga Karin Kaechele, um grande foco de preocupação. Representando o Instituto Centro Vida (ICV) no Formad ela diz que há entraves em licenciamentos, que é preciso observar se a infra-estrutura da Sema é suficiente para fiscalizar e treinar fiscais, entre outras questões que fazem manter o desmate nessas condições.

Para o secretário executivo do Formad, o jornalista André Alves é importante definir estratégia de ação anual. “A situação está melhor do que já foi. Depois da Operação Curupira, em 2005, (que desmantelou máfia ambiental em Mato Grosso), tem melhorado a comunicação entre movimentos ambientais e o Governo. Mas, por conta do Formad estar pressionando para avanços, parece que a entidade está incomodando o Governo, que estaria querendo exclui-lo dos processos. Mas o que queremos mostrar é que estamos dialogando, com propostas. Se a gente continua o diálogo, a gente avança”.

Quanto às críticas feitas Governo do Estado, não houve retorno da Assessoria de Imprensa, após dois dias de espera.

Compartilhar Notícia

Últimas Notícias