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Índios Rikbaktsa entregam primeira produção de látex

Depois de 20 anos, os índios Rikbaktsa, que vivem em três Terras Indígenas no noroeste de Mato Grosso voltaram a extrair látex de suas seringueiras nativas e entregaram sua primeira produção na fábrica da Michelin, em Itiquira

Depois de 20 anos, os índios Rikbaktsa, que vivem em três Terras Indígenas no noroeste de Mato Grosso voltaram a extrair látex de suas seringueiras nativas e entregaram sua primeira produção na fábrica da Michelin, em Itiquira. O primeiro lote de seringa somou 3.370 kg de borracha do tipo cernambi virgem prensado (CVP), que foi vendido a R$ 2,00/kg.
Participaram da produção cerca de 50 famílias das 200 famílias indígenas que mostraram interesse em participar da extração. Para o engenheiro agrônomo João Manoel Peres, coordenador local do projeto União dos Povos da Floresta para Proteção dos Rios Juruena e Aripuanã, patrocinado pela Petrobras por meio do programa Petrobras Ambiental, este primeiro ano de produção de látex serviu para reativar antigos seringais e limpar novas estradas de seringa.
“Essa produção foi apenas dos Rikbaktsa nas três Terras Indígenas – Japuíra, Erikbaktsa e Escondido”, esclarece o coordenador. “Na próxima safra também trabalharemos com os seringueiros da Reserva Extrativista Guariba Roosevelt e possivelmente a etnia Arara do Rio Branco. Mas há interesse de outras etnias da região em iniciar essa atividade extrativista também”, complementa.

Para o coordenador técnico, a retomada da produção de látex pelos Rikbaktsa indica um positivo efeito cascata com as comunidades. Um exemplo citado é a maior participação de jovens em atividades extrativistas, como já ocorre com a produção de castanha-do-Brasil. Isso porque os índios de mais idade estão incentivando filhos e netos para a retomada da atividade. A expectativa é que, além do aumento da produção e na geração de renda, a atividade ajudem aos povos a fiscalizar seus territórios e propiciar a manutenção das famílias nas aldeias.

A retomada da produção só foi possível graças a diversas parcerias, como o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Aripuanã, através do Programa Petrobras Ambiental, Michelin, Secretaria Estadual do Meio Ambiente – SEMA, por meio do Projeto de Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade das Florestas do Noroeste de MT – PNUD BRA 00 G 31 – PNUD GEF, Fundação Nacional do Índio – FUNAI Regional Juina, Associação Indígena Rikbaktsa e prefeituras locais.

O Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Aripuanã, por meio do Programa Petrobras Ambiental, orientou e ajudou a organizar as comunidades. A SEMA e a Michelin firmaram uma carta-acordo, que possibilitou o fornecimento de equipamentos, ferramentas e cursos técnicos para as comunidades e também a garantia de compra total do látex CVP. A Michelin disponibilizou ainda técnicos para as áreas Rikbaktsa para instrução de técnicas de sangria para atender as exigências de qualidade da empresa.

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