Repórter Brasil – O Centro de Monitoramento de Agrocombustíveis (CMA) da Repórter Brasil lançou o quarto relatório “O Brasil dos Agrocombustíveis – impactos das lavouras sobre terra, meio e sociedade”, que analisa os impactos econômicos, sociais, ambientais, fundiários e trabalhistas da produção de soja e de mamona no país, nos últimos doze meses.
No capítulo sobre a soja, o CMA volta a avaliar o desempenho da cultura no mercado interno e a contradição entre elevação do nível tecnológico e relações de trabalho, apontando a ocorrência de trabalho escravo em sete áreas de soja, com libertação de 125 trabalhadores.
O relatório destaca ainda os impactos da soja sobre populações indígenas, principalmente no Mato Grosso, a expansão do grão sobre a floresta amazônica em Rondônia, seus impactos sobre o ordenamento fundiário também neste Estado, além da pressão da soja transgênica sobre o Parque das Emas em Goiás.
No caso da mamona, o CMA avalia o fraco desempenho do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB) na integração de agricultores familiares, as mudanças no Selo Combustível Social, que geram novas vantagens às usinas e diminuem a participação da produção familiar no Nordeste, o apoio da Petrobrás à mamona, e a avaliação dos agricultores familiares nordestinos sobre a relação com empresas e governos.
O relatório também analisa a atuação da Brasil Ecodiesel, primeira grande empresa de biodiesel do país, que está sendo responsabilizada pelo governo pelos poucos resultados do PNPB, e adianta a intenção do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) de “punir” a empresa em função do não cumprimento das normas do Selo Combustível Social.
Para fazer a pesquisa, a equipe do CMA percorreu 21,4 mil quilômetros, por meio aéreo e terrestre, nos estados da Bahia, Goiás, Mato Grosso e Rondônia, além do Distrito Federal.
O relatório pode ser baixado pelo link http://www.reporterbrasil.org.br/documentos/o_brasil_dos_agrocombustiveis_v4.pdf