Estação Vida – Mato Grosso registrou 23 quilômetros quadrados de desmatamento em agosto deste ano, segundo dados do SAD (Sistema de Alerta de Desmatamento), do Imazon. Isso representa 8% do total registrado na Amazônia Legal, onde o Pará lidera a derrubada de floresta, sendo responsável por 76% do total verificado, 208 quilômetros quadrados. Em agosto, esse desmatamento ocorreu de maneira mais concentrada no eixo da BR-163, que vai da fronteira de Mato Grosso até Itaituba; na área de influência da rodovia Transamazônica, entre os municípios de Marabá e Uruará; e em São Félix do Xingu.
De acordo com Sérgio Guimarães, do ICV (Insituto Centro de Vida), 8% do total de desmatamento é uma boa notícia para Mato Grosso, que durante vários anos liderou o desmatamento na Amazônia, mas, ao mesmo tempo, alerta que há um aumento de quase 4 vezes se comparado com o mês de agosto de 2008 (6 quilômetros quadrados). “Também 186 quilômetros quadrados (40% do total) de degradação florestal em julho de 2009 é um motivo de alerta do que pode acontecer nos próximos meses”.
Dos 273 quilômetros quadrados de desmatamento detectados em agosto na Amazônia Legal, 48% está localizado em áreas protegidas. As Unidades de Conservação mais afetadas foram APA Estadual Triunfo do Xingu (na Terra do Meio), com 18,7 quilômetros quadrados desmatados, Floresta Nacional do Jamanxim (BR-163), com 4,2 quilômetros quadrados, e a Terra Indígena Apyterewa (na Terra do Meio), com 10 quilômetros quadrados, ambas localizadas no Pará.
O Imazon faz uma ressalva de que cerca de 46% (125 quilômetros quadrados) do desmatamento total verificado em agosto pode ter ocorrido em meses anteriores, pois estava situado em áreas cobertas por nuvens. Em agosto foi possível monitorar com o SAD a grande maioria (92%) da Amazônia Legal (excluindo-se o Maranhão).
Em função do lançamento de uma nova metodologia de validação, os dados de degradação florestal de agosto serão divulgados no próximo boletim.