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Pesquisas avançam mas existem lacunas

Para Wilson Bueno, é possível perceber que existem mais e melhores pesquisas em comunicação e meio ambiente no Brasil.

Para o professor Wilson Bueno, doutor em Comunicação pela Universidade de São Paulo e membro da Comissão Científica do CBJA, é possível perceber que existem mais e melhores pesquisas em comunicação e meio ambiente no Brasil e que há um campo crescente de estudos fora do eixo Sul e Sudeste. Bueno vê que também há uma crescente melhora na abordagem na imprensa brasileira sobre o tema ambiental. Apesar dessas melhorias nos dois campos, há, para o professor, muito caminho a trilhar.

Sobre as pesquisas em jornalismo e comunicação ambiental, Wilson avalia que elas têm se concentrado mais na análise e coberturas da mídia, muitas vezes sem uma perspectiva crítica, ao evitar abordar temas como modelo de desenvolvimento e questão de consumo e desperdício. “Estamos voltados para temas planetários e nos esquecemos de temas que nos impactam localmente”, avalia. Para Bueno ainda há uma falta sensível de pesquisas de recepção e uma necessidade de maior reflexão sobre a comunicação das ONGs ambientalistas e sobre o papel do jornalismo local e regional na educação ambiental.

Por outro lado, Bueno constata que gradativamente os cursos de comunicação estão avançando em metodologia, e já há uma oferta razoável de cursos ou disciplinas nas grades curriculares dos cursos de graduação ou pós-graduação voltados para a problemática ambiental. O professor destaca ainda que assim como houve um avanço nas pesquisas, também há um amadurecimento no tratamento da questão ambiental pela imprensa brasileira, sobretudo ao jornalismo praticado por jovens repórteres.

No entanto, de acordo com Bueno, a pressão dos veículos e entidades patronais “despolitizam” coberturas, mascarando muitas vezes os reais ou principais causadores de danos e conflitos ambientais. “Criou-se tal aversão à militância, ao comprometimento efetivo, aos movimentos sociais, que jornalistas acabam tendo receio de tratar de conflitos reais, com o medo de serem considerados xiitas”, analisa. “As reportagens não podem ser sensacionalistas, têm que ser investigativas, comprometidas mesmo com a questão ambiental. Há ainda, infelizmente, uma percepção cosmética dos problemas e das soluções associados á atual crise ambiental”, finaliza.

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