As Nações Unidas prestaram uma homenagem póstuma, na quinta-feira, 9 de fevereiro, ao casal de extrativistas brasileiro José Claudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo. Os dois foram assassinados após receberem ameaças de morte no estado do Pará por defenderem a preservação da mata.
A ONU concedeu o “Prêmio Heróis da Floresta” em memória ao trabalho do casal. A irmã de Maria do Espírito Santo, Laísa Santos Sampaio, recebeu os dois prêmios em nome da família.
Campanhas
“Eu estou aqui porque foram assassinados minha irmã, Maria do Espírito Santo, e meu cunhado, José Claudio. Isso porque eles defendiam a vida na floresta. Na Amazônia, tem se intensificado casos de assassinatos de pessoas, que como eles, defendem a vida na floresta.”
“Bala na Cabeça”
José Claudio, que era castanheiro, fazia campanhas contra o desmatamento ilegal da Amazônia. “Vivo da floresta, protejo ela de todo jeito. Por isso, que vivo com a bala na cabeça a qualquer hora”, antecipou, certa feita.
O assassinato do casal ocorreu em 24 de maio em Nova Ipixuna, no Pará. Eles foram atacados numa emboscada perto da casa onde viviam, no assentamento de Maçaranduba 2.
A presidente da cerimônia e representante do Fórum das Florestas da ONU, Jan McAlpine, lembrou que eles morreram no Ano Internacional das Florestas e que esse tipo de violência é inaceitável.
Ainda na cerimônia, um dos diretores do Greenpeace, Paulo Adario, recebeu o Prêmio Heróis da Floresta como representante para América Latina. Os outros agraciados foram do Camarões, Japão, Rússia e Estados Unidos.
“Vivo da floresta. Protejo ela de todo jeito. Por isso, eu vivo com a bala na cabeça a qualquer hora”. O relato de José Cláudio Ribeiro da Silva, mais conhecido como Zé Cláudio ou, simplesmente, Zé Castanha, foi feito durante o TEDx Amazônia, quando o extrativista detalhou a luta que traçava pela preservação da castanheira, árvore da qual ele sobrevivia.
FONTE: Portal EcoD.