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Publicação analisa realidade socioambiental de Mato Grosso

Em seis artigos são discutidos desafios e as diretrizes para um Estado democrático e sustentável

Agricultura, mineração, recursos hídricos, situação das Unidades de Conservação e Terras Indígenas e um panorama da Educação Ambiental em Mato Grosso. Estes são os temas tratados na publicação Caderno Mato Grosso Sustentável e Democrático Nº 01 – Diagnóstico, que será lançada dia 13 de fevereiro, às 16 horas em Cuiabá.

A publicação é fruto do Projeto Mato Grosso Sustentável e Democrático – MTSD, uma iniciativa do Fórum Matogrossense de Meio Ambiente e Desenvolvimento – FORMAD, em parceria com a Unemat e outras 20 entidades. Os seis artigos da publicação cumprem o objetivo do projeto em promover o debate sobre o atual desenvolvimento e construir as bases de um modelo que considere além da questão econômica, os aspetos humanos, sociais, culturais e ambientais.

Em Terras Indígenas e o Mato Grosso Sustentável e Democrático os autores apontam os problemas socioambientais que pairam sobre as comunidades indígenas que não tiveram a regularização de seus territórios tradicionais e continuam sob ameaças diversas. Invasão dos territórios por posseiros, grileiros, madeireiros, garimpeiros, fazendeiros, usinas hidroelétricas; ou pelas formas de ocupação do entorno com intensos desmatamentos das matas ciliares, monoculturas, uso intensivo de agrotóxicos que reduzem a disponibilidade de peixes, aves e animais de caça e mesmo a água apropriada para o uso e o consumo das comunidades.

Em A Mineração em Mato Grosso é discutido o fato de apesar de ter importância econômica e social, a atividade provoca fortes impactos ambientais negativos. Em geral extrai recursos naturais não renováveis e rapidamente esgotáveis. O autor, Amintas Rossete, da Unemat de Nova Xavantina aponta critérios para tornar a atividade racional e reduzir seus impactos ambientais mais danosos.

Sobre os Recursos Hídricos os autores mostram que a água não pode ser vista somente como um recurso natural economicamente aproveitável, mas também como um direito e uma necessidade de todos os seres vivos. Defendem a idéia de que o Estado tem obrigação de defendê-la e socializá-la e impedir sua privatização e transformação em mercadoria para o enriquecimento de poucos.

A função das áreas protegidas para reduzir os impactos do desmatamento é tratada em Os desmatamentos em UCs. Mato Grosso, que nas últimas três décadas foi campeão de desflorestamento. As 42 unidades de conservação em Mato Grosso, que representam apenas 4,6% do território, de acordo com os autores, continuaram sendo invadidas e tiveram suas florestas derrubadas. A análise se propõe a pensar outras estratégias para assegurar a integridade das áreas protegidas e avançar na construção de formas de manejo das florestas em vista do desenvolvimento sustentável e participativo.

Já em De uma Agricultura Sustentada à Sustentável, Vicente Puhl, Mestre em Educação Pública e Meio Ambiente, realiza um diagnóstico dos investimentos públicos em forma de subsídios ao agronegócio e desmascara tradição política brasileira, que continua ajudando os mais ricos e poderosos. O texto mostra que o agronegócio tem um altíssimo custo social e ambiental porque exclui e empobrece as maiorias, não democratiza o acesso aos recursos naturais, sociais e públicos, depreda a biodiversidade, além de produzir desemprego e a insegurança alimentar.

Por fim, em Sinfonias de Educação Ambiental Mato-grossense, os autores traçam em linguagem poética um quadro sintético das práticas e agentes da educação ambiental no Estado, desde os movimentos das vanguardas ambientalistas das décadas de 1960 e 70, passando pela especialização em educação ambiental promovida pela UFMT, até a construção da Rede Mato-grossense de Educação Ambiental (REMTEA). O artigo também analisa como nas escolas a educação ambiental foi se tornando um tema transversal e como os conceitos e as práticas educativas se ampliaram.

O QUÊ: Lançamento do Caderno Mato Grosso Sustentável e Democrático  Nº 01 – Diagnóstico
QUANDO: 13 de fevereiro às 16 horas
ONDE: Auditório do Sintep: Rua Manoel Garcia Velho, s/n – Bairro Bandeirantes

FICHA
MATO GROSSO: SUSTENTÁVEL E DEMOCRÁTICO André Alves, João Ivo Puhl e Jonia Fank (organizadores). Cuiabá – MT: Defanti, 2006 (100 Páginas)

Autores:
Amintas Nazareth Rossete, Andréa Ikeda, Cláudia Regina Sala de Pinho, Claudinéia Lizieri dos Santos, Débora Pedrotti, Gustavo V. Irgang, Jane M. Vasconcellos, Jonia Fank, Laurent Micol, Michele Sato, Nataly Manrique Rocha, Nelci Eiete Longhi,, Roberta Roxilene dos Santos, Rodrigo Ferreira de Morais, Ronaldo Senra, Samuel B. de Oliveira Jr, Silas Moraes, Solange Ikeda Castrillon e Vicente José Puhl

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