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Desafio

O momento histórico atual nos desafia a conduzirmos as denúncias e enfrentamentos sob um projeto de sociedade alternativo que consiga, realmente, contrapor o modelo de mundo apregoado pelas ‘tradings’ e os Governos fundamentados no agronegócio.

 Gibran Lachowski – As denúncias contra o desmatamento e a concentração de renda gerada pelo agronegócio são ações bem efetuadas por parte da sociedade civil em Mato Grosso. Isso ocorre há vários anos, cria contatos nacionais e internacionais, desgasta os aparatos públicos e privados voltados especialmente à exportação de monocultura e economia primária, além de aprofundar a discussão sobre desenvolvimento sustentável.

Contudo, o momento histórico atual nos desafia a conduzirmos as denúncias e enfrentamentos sob um projeto de sociedade alternativo que consiga, realmente, contrapor o modelo de mundo apregoado pelas ‘tradings’ e os Governos fundamentados no agronegócio. Essa percepção ficou nítida para mim durante a Assembléia Geral do Formad (Fórum Mato-grossense de Meio Ambiente e Desenvolvimento), ocorrida nos dias 12 e 13.

Estiveram presentes entidades como MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens), CPT (Comissão Pastoral da Terra), Sintep (Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público/MT) e Opan (Operação Amazônia Nativa).

Em fala destacada, Inácio Werner, do Centro Burnier Fé e Justiça, apontou os prejuízos da globalização à economia, meio ambiente, política e saúde e refletiu sobre a necessidade da rede de entidades de esquerda em Mato Grosso articular um processo de construção de um novo projeto de sociedade. Perceptível ao povo, capaz de mobilizar as pessoas a participarem com reivindicações, denúncias, pesquisas… e propostas efetivas de transformações coletivas.

No bojo desse contexto, estão proposições como a limitação da propriedade de terras, a fim de diminuir a força do latifúndio. A caracterização do desvio de dinheiro público como crime hediondo. Uma reforma política que valorize os partidos e não os candidatos isoladamente e implante o financiamento público de campanha. A regulamentação legal e uso efetivo de instrumentos de democracia participativa como a lei de iniciativa popular, referendo e plebiscito.

A caminhada exige unificação das forças de esquerda, mecanismos reais de participação popular e a conexão dos ideais socialistas com a melhoria material da vida das pessoas.

Gibran Lachowski – jornalista em Cuiabá, professor universitário e militante de movimentos sociais.

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