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“Extração florestal faz parte da agricultura familiar”

André Alves – Especial SEMA-MT – De acordo com Fernando Allegretti, a extração florestal faz parte da agricultura familiar. “O extrativista, coletor de castanha, também é pescador e coleta a seringa e a pupunha, e o interessante no noroeste do estado é que já há algo estruturado entre os índios, agricultores familiares e extrativistas”, analisa. Para o consultor, é o exemplo perfeito onde as comunidades usam suas expertises para produção extrativista sem concorrer internamente.

Os índios Rikbaktsa, por exemplo, possuem áreas ricas em castanhas do Brasil. Agricultores em Juruena possuem uma indústria de beneficiamento destas castanhas e os extrativistas da Reserva Guariba-Roosevelt unem a extração e uma indústria de óleos. Esses atores, que antes eram adversários na região, hoje se unem conservando a floresta ao mesmo tempo em que geram renda. Para Allegretti os exemplos de negócios bem sucedidos não se encontram apenas entre as comunidades tradicionais. Empresas em Mato Grosso, Para e Amapá comercializam castanha e açaí e seus subprodutos comprando das comunidades por meio de comércio justo.

No entanto, avalia o consultor, é preciso que o Estado de Mato Grosso invista na cadeia de outros produtos além dos considerados âncora, como a castanha e a seringa, principalmente porque estes produtos não são encontrados em todo o Estado, mas em todas as regiões existem produtos nativos passíveis de renda. “É o mesmo caso da produção madeireira, exploramos poucas espécies e deixamos de lado a grande maioria do potencial”, explica.

Outro desafio é a gestão e o investimento na qualidade da produção. “Existe um mercado crescente para o orgânico mas se tem pouco acesso, as pessoas da região também gostariam de consumir esses produtos”, analisa.  “A única exceção na Amazônia é o açaí, mas é um produto que era da dieta alimentar dos povos da Amazônia mas que atualmente é um produto caro”, finaliza.

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