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Governo pode demarcar Terras Indígenas durante Acampamento Terra Livre

A mobilização reúne mais de 200 povos indígenas até sexta-feira, 28, em Brasília.

Laís Costa/Formad

Nos últimos quatro anos nenhuma Terra Indígena foi demarcada, apesar de haver 13 processos sem nenhuma pendência aguardando apenas a assinatura presidencial para serem homologados. A expectativa dos quase 5 mil indígenas que participam do Acampamento Terra Livre (ATL) é que esse jejum seja encerrado na sexta-feira, 28, com a possibilidade do presidente Luís Inácio Lula da Silva assinar ao menos cinco processos. Uma das terras que pode ser homologada é a Cacique Fontoura, do povo Karajá, localizada em São Félix do Araguaia (MT). 

“Gostaríamos que fosse mais de uma Terra Indígena de Mato Grosso, mas estamos torcendo para que ao menos a Cacique Fontoura seja homologada durante o ATL. O Estado precisa reconhecer que é um território originário para que o povo consiga garantir seu modo de viver”, disse a presidente da Federação dos Povos Indígenas de Mato Grosso (Fepoimt), Eliane Xunakalo.

13 Terras Indígenas que aguardam homologação:

Terra Indígena  Povo Indígena  Localização
Aldeia Velha Pataxó  Porto Seguro – BA
Kariri-Xocó  Kariri Xocó  São Brás, Porto Real do Colégio – AL
Potiguara de Monte-Mor  Potiguara Marcação, Rio Tinto – PB
Xukuru-Kariri  XukuruKariri  Palmeira dos Índios – AL
Tremembé da Barra do Mundaú  Tremembé Itapipoca – CE
Morro dos Cavalos  Guarani  Palhoça – SC
Rio dos Índios Kaingang  Vicente Dutra – RS
Toldo Imbu  Kaingang Abelardo Luz – SC
Cacique Fontoura Karajá  Luciara, São Félix do Araguaia – MT
Arara do Rio Amônia  Arara  Marechal Thaumaturgo – AC
Rio Gregório  Katukina Tarauacá – AC
Uneiuxi Maku, Tukano  Santa Isabel do Rio Negro – AM
Acapuri de Cima  Kokama  Fonte Boa – AM

Fonte: Articulação dos Povos Indígenas do Brasil.

Mais de 200 povos indígenas estão acampados na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, desde segunda-feira, 24. A delegação de Mato Grosso tem quase 500 pessoas e mais de 20 povos. Com o tema “O futuro indígena é hoje. Sem demarcação não há democracia!”, a maior mobilização indígena do Brasil reforça a necessidade da demarcação de terras indígenas, o fim de violências contra os povos e decreta “Emergência Climática”, para enfrentar o racismo ambiental e as violações de direitos causadas pelas mudanças no clima.

Durante participação no ATL na manhã de terça, 25, a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, destacou o protagonismo indígena nas três esferas de poder: legislativo, executivo e judiciário. Sônia também ressaltou que a terra continua sendo o principal objeto de disputa pelos poderes políticos e econômicos. “Estamos tentando desatar os nós todos os dias para destravar os processos de demarcação de terras indígenas”, afirmou.

A ministra relembrou os últimos 10 acampamentos nos quais esteve na coordenação e denunciou o ataque sofrido por indígenas que agora representam as lutas dos territórios em outros espaços. “O nosso protagonismo está sendo ameaçado. Já são sete medidas protocoladas no Congresso Nacional e uma Ação de Inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal pedindo que a demarcação das terras indígenas retorne para o Ministério da Justiça. Outra proposta pede a extinção do Ministério dos Povos Indígenas.”

O processo de demarcação deve seguir as sete etapas e circula entre a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Ministério dos Povos Indígenas, Casa Civil e, por último, deve ter a assinatura do presidente. Das 13 Terras Indígenas que aguardam homologação, cinco processos já tinham sido enviados para a Casa Civil durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas foram devolvidos para a Funai.

Acompanhe a programação do Acampamento Terra Livre pelas redes sociais da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab). As transmissões ao vivo podem ser vistas pelo YouTube.

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