Embora devesse envolver as comunidades locais em sua configuração, a Plataforma de Comunidades Locais e Povos Indígenas (LCIPP) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC) atualmente é composta exclusivamente por povos indígenas.
Por conta disso, e considerando a rejeição dos pedidos sobre a inclusão dessas populações, o secretário executivo do Formad, Herman Oliveira, se manifestou em favor das comunidades locais durante a 11ª reunião do Grupo de Trabalho Facilitador (FWG) da Plataforma, realizada na cidade de Bonn, Alemanha, entre 29 de maio e 1º de junho.
“Essas comunidades são reconhecidas juridicamente pelo governo brasileiro a partir de uma política nacional graças a uma história de muita luta e um processo participativo na elaboração de políticas públicas que salvaguardam seu modo de vida, cultura e territórios. Elas são um exemplo para o mundo. Despeço-me com a esperança de que um espaço como este na UNFCCC esteja aberto à discussão deste tema, com coragem e empatia, e considere experiências e situações que trazemos do Brasil e que, pelo visto, são desconhecidas por este grupo. Não nos interessa retirar direitos de ninguém. Desejamos que a luta contra as mudanças climáticas engaje mais pessoas, mas, para isso, o direito de um não deve prejudicar o de outro. Nessa luta conjunta o mundo pode e deve ser de todos nós ou não será de ninguém”, afirmou Herman.
Na semana passada, uma carta assinada por mais de 70 organizações do Brasil e outros países pedia a inclusão de Comunidades Locais na plataforma. O reconhecimento das Comunidades Locais é algo que já foi levantado pelas organizações brasileiras durante as edições da Convenção do Clima em Bonn, na Alemanha e em Dubai, nos Emirados Árabes.
Confira a fala completa: