Estação Vida – A discussão sobre pagamentos de serviços ambientais e o Fundo Amazônia ainda é uma realidade muito distante das comunidades tradicionais, que não se sentem incluídas na discussão sobre esses mecanismos. Adriana Ramos, coordenadora da Iniciativa Amazônia do Instituto Socioambiental –ISA, uma das entidades que fazem parte do comitê organizador do Fundo, afirma que a o modelo adotado pelo Brasil deve ser visto como uma primeira iniciativa nacional, mas que está captando recursos “de uma devastação já havida”. “O Fundo tem que ser visto como uma repartição de benefícios, tem que chegar às comunidades locais e povos indígenas que ajudaram a conservar os estoques de carbono”, ressaltou.
Para ela ainda é preciso que o governo federal supere etapas importantes no que se referem a ilegalidade do desmatamento. “Precisamos superar isso para trabalhar na manutenção de florestas para além do que a lei exige”, completou.
Para Rubens Gomes, presidente do Grupo de Trabalho Amazônico – GTA, entidade que representa mais de 600 entidades na Amazônia, os movimentos sociais tem que participar este processo. Ele particpou no Katoomba Meeting da mesa Participação Indígenas e Comunitárias para o sucesso de REDD e outros mercados ambientais regionalmente, mas defende o envolvimento de mais pessoas das comunidades neste processo, que ele vê com muitas ressalvas.
O GTA, por meio de parceria com outras entidades, irá promover uma capacitação em seus regionais sobre REDD e outros mecanismos de pagamentos de serviços ambientais. “Precisamos vencer barreiras e envolver nossas comunidades na busca de financiamento de recuperação de áreas degradadas”, afirmou. “Mas mais do que isso, temos que partir do princípio que a inclusão das comunidades tradicionais e povos indígenas é mais do que uma questão de mercado, é ma questão de justiça”, finalizou.