Somente com os efeitos das mudanças climáticas, Mato Grosso pode perder 10% do seu PIB
Dia: 7 de abril de 2009
Reduzir é mais do que pagar para não desmatar
“A sociedade precisa se informar para poder fazer escolhas”
Comunidades Tradicionais se sentem fora do processo
Comunidades Tradicionais se sentem fora do processo
Facebook
Twitter
Email
07/04/2009 – 17:36
“Precisamos superar isso para trabalhar na manutenção de florestas para além do que a lei exige”
Falta de Regularização Fundiária e Governança são obstáculos
Somente em 25% das áreas de florestas da Amazônia há condições fundiárias favoráveis para Pagamentos por Serviços AmbientaisEstação Vida – Na Amazônia brasileira, em mais da metade da área onde há florestas ameaçadas pelo desmatamento há boas condições para implantação dos pagamentos por serviços ambientais – PSA, mas somente em 25% dessas áreas há condições fundiárias favoráveis para implementar essas ações. A revelação é do Ministério do Meio Ambiente que lançou no final do ano passado o estudo Pagamentos por Serviços Ambientais: Perspectivas para a Amazônia Legal
A aplicação do PSA nessas áreas dependerão da regularização da situação fundiária e do recadastramento efetivo das propriedades privadas, como é previsto no MT Legal, assinado pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc e o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi.O Incra está retomando lotes ocupados irregularmente no projeto de assentamento Mercedes I e II, no município de Tabaporã, no norte do Estado.
De acordo com o estudo, uma área entre 8,3 e 13 milhões de hectares na Amazônia Legal tem condições favoráveis a aplicação do PSA por terem predomínio da pecuária extensiva e sistemas de produção itinerantes. Já em regiões onde é a agricultura comercial de larga escala, como a soja, é consolidada o custo de oportunidade é muito alto. Ou seja, o valor a ser pago pelo comprador do PSA é mais baixo na pecuária do que na agricultura voltada para exportação.
Já o World Resources Institute (WRI), o Instituto Centro de Vida (ICV) e o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) propuseram num documento chamado Iniciativa para a Governança das Florestas (GFI) – sigla em inglês, a utilização de princípios de boa governança para enfrentar os desafios ligados a conservação das florestas. Entre estes princípios estão a transparência do governo e demais atores envolvidos no processo, a participação das diferentes partes interessadas nas decisões, a prestação de contas à sociedade, a coordenação das ações entre os atores envolvidos e a capacidade operacional, que pode ser traduzida como infra-estrutura, recursos humanos e financeiros para esta governança.
As entidades defendem no documento que “o mecanismo de REDD precisa colocar a governança das florestas ao centro dos debates”. A proposta é de utilizar esses princípios para “avaliar os principais processos das florestas e apontar lacunas atuais e mudanças necessárias para gerar os resultados esperados de redução do desmatamento, valorizando a inclusão das comunidades e atores locais”.
Possibilidades de aplicação de PSA na Amazonia
17% em UCs de proteção integral
16% em UCs de uso sustentável e TIs
10% em áreas de assentamento do Incra
53% em áreas com pouca confiabilidade fundiária