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Prêmio nacional de jornalismo pela erradicação do trabalho escravo em MT será lançado nesta quinta-feira

A criação desse prêmio tem como objetivo fomentar a produção de reportagens que de alguma forma venham a contribuir para esclarecer o que é o trabalho escravo, os focos de sua ocorrência em Mato Grosso, os motivos pelos qual essa chaga social ainda persiste nos dias atuais, entre outros enfoques.

O Ministério Público do Trabalho e do Ministério Público Estadual com apoio da Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj), do Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso (Sindjor), Associação dos Magistrados do Trabalho, da Associação dos Promotores de Justiça do Estado (Amatra23) e da Superintendência Regional do Trabalho, lançam nesta quinta-feira (07.08), às19h30, no auditório da Procuradoria Geral de Justiça, o Prêmio Nacional de Jornalismo – Dom Pedro Casaldáliga pela Erradicação do Trabalho Escravo em Mato Grosso.

A criação desse prêmio tem como objetivo fomentar a produção de reportagens que de alguma forma venham a contribuir para esclarecer o que é o trabalho escravo, os focos de sua ocorrência em Mato Grosso, os motivos pelos qual essa chaga social ainda persiste nos dias atuais, entre outros enfoques que façam com que a sociedade saiba mais sobre o assunto e principalmente que  haja uma mudança de cultura e de comportamento que auxiliem o poder público a erradicar esse crime.

“É necessário o envolvimento direto da sociedade como um todo no sentido de conscientizar-se acerca da gravidade do problema, pois a repressão é uma medida drástica que combate o crime, após a sua ocorrência, mas apenas ela não basta. Precisamos reforçar a prevenção, por meio da educação e do respeito do próximo, ser humano igual e detentor dos mesmos direitos naturais e constitucionais. E uma das principais formas de prevenir é bem informar a sociedade acerca dos problemas existentes. Daí a importância e o poder do papel desempenhado pelos meios de comunicação, os quais, ao bem exercer esse papel, contribui decisivamente para a transformação da realidade”, enfatizou o procurador do Trabalho e coordenador do prêmio, Rafael de Araújo Gomes.

No lançamento além da divulgação do regulamento da premiação, serão desenvolvidas atividades culturais relacionadas à questão do trabalho escravo como exposição de fotos que retratam o trabalho escravo em fazendas do Estado, exposição de reportagens divulgadas em jornais impressos da região, desempenho da artista plástica e jornalista Vitória Basaia, a apresentação do coral do Sindjor e de um grupo de atores que são integrantes do MST – Movimento dos Sem Terra.

As reportagens que serão selecionadas terão de ser inéditas e veiculadas em rádios, jornais impressos, telejornais, revistas ou sites de notícias de todo o país, no período de oito de agosto deste ano até fevereiro de 2009.

Os jornalistas que trabalham em empresa de comunicação no país poderão concorrer ao prêmio, mas o enfoque da notícia terá de ser a realidade do trabalho escravo no Estado de Mato Grosso, que ocupa o segundo lugar no ranking nacional de trabalhadores resgatados. Somente neste ano já foram resgatados quase 300 trabalhadores pelos grupos móveis nacional e estadual de erradicação a essa forma de crime.

Premiação

O prêmio será pago em dinheiro cuja origem é de ações judiciais e termos de ajustamento de conduta, nas quais se previu a obrigação de empregadores em pagar indenização a título de danos morais coletivos. No total será destinada a importância de R$ 180.000,00 (cento e oitenta mil reais), divididos para as seguintes categorias: rádio 40 mil reais, televisão 40 mil reais, jornal impresso 40 mil reais, revista 40 mil reais e site de notícia 20 mil reais, para o primeiro colocado. Os segundos colocados em cada categoria serão premiados com notebooks.

Essa é uma forma que as entidades organizadoras do concurso encontraram para reverter parte das indenizações coletivas em prol da formação da opinião pública a respeito do trabalho escravo, por intermédio dos meios de comunicação que têm papel fundamental nesse processo de transformação da realidade social vivida em Mato Grosso.

A entrega dos prêmios será feita no dia 11 de março de 2009, pelos componentes da Comissão Julgadora das reportagens.

A inscrição das matérias deverá ser feita via internet no seguinte endereço www.mp.mt.gov.br a partir do dia 8/08/2008*, preenchendo-se uma ficha de inscrição e consultando-se todo o regulamento do prêmio. Maiores informações poderão ser obtidas nos telefones: (65) 3613 9140 (Ministério Público do Trabalho) ou (65) 3613 1632 (Ministério Público do Estado de Mato Grosso).

Dom Pedro Casaldáglia

Dom Pedro Casaldáliga, Arcebispo Emérito da Prelazia de São Félix do Araguaia, foi o primeiro a denunciar, em 1971, a existência de trabalho escravo no Brasil, na região noroeste de MT, também conhecida como Vale dos Esquecidos. Em muito graças ao trabalho de Dom Pedro Casaldáliga, o Brasil acabou reconhecendo a existência desse problema internamente e perante as organizações internacionais de defesa dos direitos humanos, como a OIT e a ONU, passando a combater essa prática criminosa por intermédio do grupo móvel nacional do Ministério do Trabalho e Emprego.

Dom Pedro Casaldáliga, então Bispo de São Félix do Araguaia, em manifesto escrito na década de 70 intitulado Uma Igreja da Amazônia em Conflito com o Latifúndio e a Marginalização Social, ou como ele também chamou como sendo O Grito da Igreja da Amazônia denunciava ao mundo que o sertanejo é a vítima da ganância alheia, da inconsciência dos patrões, da exploração dos trêfegos políticos que na região aparecem de eleição em eleição (…). Esse infeliz, sobejo das pragas e das verminoses, vive na penumbra de um futuro incerto. Indiferentemente a tudo, eles vão ganhando o pão de cada dia, pois para eles só existem dois direitos: o de nascer e o de morrer.

Convite
Lançamento do Prêmio Nacional de Jornalismo
Dia: 07 de agosto de 2008
Hora: 19h30
Local: Auditório da Procuradoria Geral de Justiça
Centro Político Administrativo – Cuiabá
Outras informações: Ascom23@prt23.mpt.gov.br – (65) 3613 9140 ou 9983 5495 (Ana Karla Costa – Sindjor/MT)

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