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Reduzir é mais do que pagar para não desmatar

"A sociedade precisa se informar para poder fazer escolhas”

Estação Vida – A necessidade da redução da emissão de gases do efeito estufa (GEE) é uma preocupação mundial e uma das medidas mais eficientes de se obter essa redução é combater o desmatamento. Isso porque o desmatamento em regiões florestais representa 20% das emissões dos GEE no mundo e chega a 70% no Brasil. Governos, ONGs, produtores rurais, movimentos sociais e pesquisadores vêm desenvolvendo um conjunto de propostas e iniciativas no sentido de assegurar soluções que possam ser aplicadas em larga escala. “Nunca vimos um esforço no país como este no âmbito da convenção de Kyoto, mas é possível ter um posicionamento de consenso entre estes setores?”, questionou Mario Monzoni, professor da Fundação Getúlio Vargas, durante uma mesa no Katoomba Meeting 2009, que aconteceu em Cuiabá entre os dias 1 e 4 de abril.

A dúvida também é compartilhada pelo Secretário Estadual de Meio Ambiente do Pará, Valmir Ortega. “O governo federal aposta no REDD (Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação) e na doação voluntária, mas deixa de fora uma estratégia mais global, como se aliar com países que querem reduzir seus carbonos”, questionou. É certo que o governo brasileiro está se inserindo cada vez mais como protagonista na busca de soluções para essa redução. O Plano de Controle e Combate ao Desmatamento na Amazônia – PPCDAM, a elaboração do Plano Nacional sobre Mudança do Clima – PNMC, a criação do Fundo Amazônia, além do diálogo com os governos da Amazônia para que estes tenham seus planos de combate ao desmatamento e seus zoneamentos são exemplos de ações e programas que estão acontecendo neste momento. Mas a crítica é que carece de maior participação da sociedade e dos governos da Amazônia. “A posição do governo federal frente às mudanças climáticas não pode ser costurada apenas nos gabinetes”, defende Ortega.

Para o pesquisador Paulo Moutinho, do Instituto de Pesquisas Ambientais da Amazônia – IPAM, não há dúvidas de que o governo brasileiro avançou na discussão. “A sociedade brasileira tem demonstrado ao mundo uma capacidade de discussão única. Temos povos indígenas discutindo REDD e mudanças do clima. O governo brasileiro saiu de uma posição conservadora para de vanguarda com o Fundo Amazônia”, defendeu, ressaltando que precisa de melhoramentos. “Há um mito de que as mudanças climáticas é tão complexa que só experts podem resolver, o que não é verdade. A sociedade precisa se informar para poder fazer escolhas”, concluiu.

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