Assessoria – O Programa de Pequenos Projetos Ecossociais (PPP-ECOS) destinará este ano US$ 720 mil para organizações sociais comunitárias, ONGs e instituições que atuam nos doze estados abrangidos pelo bioma Cerrado. Os recursos serão aplicados no apoio e criação de alternativas econômicas sustentáveis para as comunidades da região. As propostas poderão ser enviadas até 12 de novembro para o Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN), que coordena o PPP-ECOS no Brasil desde a criação do programa em 1994.
O programa existe em cem países e é financiado pelo Small Grants Programme (SGP), vinculado ao Fundo para o Meio Ambiente Global (GEF) da Organização das Nações Unidas. A execução dos projetos apoiados pelo PPP-ECOS se dá por meio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) com interveniência do Escritório de Serviços de Projetos das Nações Unidas (UNOPS).
O PPP-ECOS tem duas categorias de apoio: Pequenos Projetos com recursos de até US$30 mil para apoio geral e Projetos de Consolidação, com recursos de até US$50 mil para experiência/projeto com resultados e impactos positivos já comprovados e que possam ser replicados em outras comunidades.
Terão prioridade os projetos voltados para a promoção das capacidades e potencialidades de comunidades locais, inclusive tradicionais e indígenas, resultando na promoção de modos de vida sustentáveis. As propostas também devem demonstrar a viabilidade dos objetivos, gerando resultados concretos nos prazos previstos e com os recursos disponíveis.
Para concorrer ao edital, os projetos devem se referir ao bioma Cerrado ou às zonas de transição entre o Cerrado e Caatinga, Amazônia ou Pantanal. A entidade proponente não precisa estar sediada nesses biomas, mas deve atuar na região. Organizações governamentais, empresas privadas ou pessoas físicas não podem participar da seleção. A duração do projeto deve ser de até dois anos.
Sustentabilidade
Apesar de sua biodiversidade, os recursos hídricos estratégicos e sua importante participação na manutenção do clima do Planeta, o Cerrado sofre fortes pressões com a expansão da fronteira agropecuária, as obras de infra-estrutura e do crescimento urbano. Estima-se que o bioma já tenha perdido cerca da metade de sua cobertura vegetal nas últimas décadas, com perdas incalculáveis para a biodiversidade mundial.
“O apoio às comunidades rurais, sejam elas tradicionais ou de agricultores familiares é uma forma de ajudar a manter o Cerrado para as gerações futuras”, explica Andréa Lobo, presidente do ISPN. Segundo ela, os impactos positivos decorrentes do apoio do PPP-ECOS às comunidades do Cerrado podem ser percebidos nos 236 projetos localizados em toda a região de abrangência do bioma.
São mais de 150 organizações atendidas e cerca de US$ 6 milhões destinados aos beneficiários nos 12 anos de existência do programa. A lista completa de projetos apoiados pelo PPP-ECOS pode ser encontrada no site do ISPN (www.ispn.org.br)