Por Bruna Pinheiro / Formad
“Aquecimento global e o mercado de carbono” foram os temas do primeiro módulo da etapa regional do curso de Formação de Multiplicadores/as sobre Agricultura, Floresta e Justiça Climática, organizado pela FASE. O curso oficina reuniu lideranças e representantes de organizações, coletivos e movimentos populares, além de estudantes e entidades da sociedade civil, em Cáceres (MT). Entre as questões levantadas está “como entender uma justiça climática sem políticas públicas que favoreçam isso?”.
A programação teve início na última quinta-feira (11/7) trazendo os principais conceitos sobre as mudanças climáticas e a Convenção do Clima, além de abordar dados do último relatório de Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), trajetória das Convenções e compromissos firmados em agendas internacionais do clima, como o Protocolo de Kyoto e o Acordo de Paris. A mediação foi realizada pela Diretora Executiva Nacional da FASE, Letícia Rangel.
Já na sexta-feira (12/7), o mercado de carbono ocupou a maior parte das discussões da oficina, com análises sobre os impactos nos territórios, relações com grandes corporações, violação e garantia de direitos e debates sobre experiências em âmbito regional, nacional e internacional. Distribuídos em grupos de trabalho, os participantes fizeram a leitura de trechos da cartilha NET Não é Zero produzida pela FASE Nacional, que contextualiza as contradições e o que representam as tecnologias e metodologias da proposta mundial de “zerar emissões líquidas” e como tal conceito tem ganhado força nas negociações do regime climático e na agenda de corporações internacionais.
“Um dos nossos objetivos é trazer informações sobre o clima, mas dentro disso, fazer uma discussão sobre as mudanças e extremidades climáticas e o também clima político. Muitos termos novos, apesar de serem diferentes, já estão presentes nos territórios de outras maneiras e a intenção do curso é traduzir e decodificar isso”, explica o educador da FASE-MT, Leonel Wohlfahrt.
A programação foi encerrada no sábado (13/7), levando como tema a garantia dos Direitos Territoriais pelas Salvaguardas, abrangendo ainda discussões sobre regularização fundiária, protocolos de consulta e segurança territorial. A expectativa é de que o segundo módulo do curso seja realizado em 2025, com o local, temas e metodologias ainda a serem definidos.
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